Dois anos depois, uma solução para o problema do descarrilamento do VLT permanece distante

Mar 17, 2024

A primeira pista de que algo estava errado foi o cheiro de queimado.

Em uma tarde ensolarada de domingo, exatamente dois anos atrás, um técnico identificou marcas de queimadura em um disco de freio em um dos dois vagões de um trem LRT da Linha Confederação.

Depois que o problema foi resolvido, o trem foi liberado e enviado embora - sem que ninguém verificasse o outro vagão.

Esse erro custou caro.

O trem saiu apenas 90 metros da estação antes que uma roda fosse cortada e o veículo descarrilasse. O Transportation Safety Board (TSB) mais tarde descreveria a causa como uma "falha catastrófica de rolamento de rolos anteriormente não detectada".

Mas por que o rolamento falhou em primeiro lugar? Dois anos depois – após um inquérito público provincial de quatro semanas, vários inquéritos do TSB e numerosos contratos de consultoria – ainda não temos a certeza.

O que sabemos é que os rolamentos causaram problemas repetidas vezes, incluindo a última paralisação da Linha da Confederação, agora com 21 dias e contando.

A OC Transpo, o construtor de linhas Rideau Transit Group (RTG) e o fabricante de trens Alstom ainda não descreveram explicitamente a causa raiz. Mas Richard Holder, diretor de serviços de engenharia da cidade, disse na sexta-feira que “vários fatores” estão envolvidos.

O desgaste progressivo está causando fadiga no conjunto do semi-eixo, rolamento e cubo – peças que conectam as rodas à carroceria do trem – e isso, segundo ele, será resolvido por um cubo mais resistente e durável.

Quanto às forças que aparentemente são fortes demais para serem suportadas pelas peças, a cidade diz que apenas começou a implementar soluções para problemas de longa data em torno das curvas mais fechadas da pista.

Esses problemas incluem o contato consistente entre a roda e uma proteção destinada a evitar descarrilamentos, bem como a falta de lubrificação na parte superior dos trilhos.

Endireitá-los não está em questão.

"Se tivéssemos muitos engenheiros projetando o sistema ferroviário leve, nós o consertaríamos. Mas tivemos que construir um sistema em Ottawa. Tivemos que conectar muitas infraestruturas", disse ele. “Não é que precisemos eliminar essas curvas, e não é que poderíamos ter evitado essas curvas.”

Aqui está uma linha do tempo de como chegamos a esse ponto.

Nenhum passageiro estava a bordo do trem Alstom Citadis Spirit quando ele perdeu uma roda e saiu dos trilhos. Ele descarrilou enquanto ia da estação Tunney's Pasture para a garagem de manutenção, mas os investigadores do TSB concluíram que o cartucho - que envolve e protege o rolamento - falhou horas antes e a várias estações de distância.

As autoridades suspenderam o serviço na Linha da Confederação por cinco dias para verificar todos os veículos.

“Não vamos tentar fazer as coisas rapidamente”, disse Troy Charter, diretor de operações de trânsito da cidade, à CBC na época. "Vamos garantir que faremos isso de forma segura e confiável."

As inspeções revelaram cartuchos igualmente problemáticos em cerca de um quarto dos veículos da frota. Posteriormente, a Alstom decidiu procurar essa “folga” ou frouxidão do rolamento a cada 7.500 quilômetros de serviço.

“Algo está realmente errado se depois do evento você detecta um [problema], mas durante a inspeção você detecta outros oito”, disse Ian Naish, ex-inspetor ferroviário do TSB.

"Eu ficaria preocupado? Sim, eu ficaria."

No mês seguinte, um dos trens identificados como necessitando de manutenção adicional sofreu uma falha ainda mais perturbadora.

Imagens de vídeo mostraram o trem raspando na plataforma ao sair da estação Tremblay, espalhando pedras.

A operadora não percebeu.

Na verdade, ele disse que não percebeu que o trem havia descarrilado – e depois percorreu mais 400 metros – até desembarcar.

O trem e os trilhos sofreram grandes danos. Doze passageiros estavam a bordo.

Desta vez, a causa raiz era óbvia: a equipe de manutenção da Alstom não apertou os parafusos de uma caixa de engrenagens nem disse aos trabalhadores do turno que chegavam que o trabalho ainda precisava ser feito.